JOSÉ LUÍS CARVALHOSA aip
1947-2017
Director de Fotografia
O percurso de JoséLuís Carvalhosa como diretor de fotografia caracterizou-se pela sua diversidade, sendo que fotografou longas de ficção, documentários e essencialmente séries de televisão para a RTP de onde se podem destacar «Duarte & Companhia», «Melhor éImpossível», «Sai da Minha Vida», «Alentejo Sem Lei», «Crime àPortuguesa»entre outros. Para além das séries Carvalhosa foi ao longo dos anos entre 1988 e 1995 o principal operador de câmara do Cinemagazine para a RTP.
Há também uma grande incidência do seu trabalho na área do documentário tendo assinado mais de cinquenta títulos desde que se tornou operador de câmara nesse ano distante de 1967 quando assina a fotografia de uma curta-metragem «O Peixinho Vermelho».
José Luís Carvalhosa nasce em 1947 em Lisboa. Foi um alfacinha de gema. Frequentou a escola secundária das artes a António Arroio onde aprendeu desenho de letra. Não foi na António Arroio que aprendeu fotografia ou a usar a câmara de filmar. Nessa época ainda não havia curso de cinema na escola, mas foi o facto de ter trabalhado na produtora de Perdigão Queiroga que lhe permitiu dar os primeiros passos na imagem e que depois se solidificou como foi mobilizado para o exército que sendo integrado nos Serviços Cartográficos do Exército em 1968. José Luís Carvalhosa foi militar na guerra do Ultramar entre 1968 e 1972 tendo estado em Angola e na Guiné como repórter de guerra.
Nos Serviços Cartográficos do Exército conheceu cineastas como Fernando Matos Silva, JoséNascimento, Elso Roque, João Abel Aboim que também se viriam a tornar figuras importantes no cinema português.
Depois de prestado o serviço militar Carvalhosa regressa àprodutora de Perdigão Queiroga. Tinha-se comprometido a tal. Ficou ainda algum tempo atéque um dia teve a oportunidade de um trabalho e saiu da empresa. José Luís Carvalhosa recorda a frase que Perdigão Queiroga no dia da despedida. «Os tetos da minha casa são muito baixos para ti».
Em 1974 dá-se a revolução do 25 de Abril que viria a mudar tudo em Portugal. A indústria a própria RTP, e todo o processo de produção se alterou. Foi aíque trabalhou em várias cooperativas como a Cineequipa onde havia uma câmara Cameflex vendida a prestações pelo Sr. Peixoto que representava a ARRIFLEX a ZEISS e outras marcar para Portugal. A cooperativa de produção de filmes a Cinequanon onde conheceu António de Macedo e fotografou a curta-metragem «A Bicha de Sete Cabeças»com quem viria depois a colaborar em diversos filmes com destaque para dois deles «Os Emissários de Khalom»e «A Maldição de Marialva». Realizador que muito admirou pela forma metódica e preparada com que surgia no plateau com todo o planeamento de filmagens preparado.
Ao longo dos anos 80 e 90 através da produtora «Fábrica de Imagens»onde mais tempo trabalhou executou dezenas e dezenas de trabalhos, desde o documentário a série de televisão e ficção em longa e curta-metragem.»